Recentemente meu irmão que tem 55 anos foi contratado
como gerente Operacional do SENAC em Brasília. Ele não parou de estudar, fez
duas faculdades, a última finalizou em 2011, está fazendo Pós e tem 30 anos de
experiência em Hotelaria.
No LinkedIn, li
vários debates sobre as dificuldades dos profissionais de 50/60 no mercado de
trabalho, sobre o preconceito que existe com quem já passou dos 40, relatos de
profissionais totalmente desmotivados, sentindo-se descartados por causa da
idade. Resolvi também dar opinião, afinal eu sou uma mulher de 50 anos!
Para essa
discussão, reuni a opinião de alguns especialistas, de uma matéria da Revista
Exame, para conhecermos outras maneiras
de enxergar o problema.
Bernardo Entschev presidente da De Bernt
Entschev
“Não é que
a carreira acaba, mas há condições que induzem esta situação”.
Ele diz
que, se as empresas ainda têm dificuldade em reconhecer a importância de manter
executivos veteranos em seus quadros de funcionários, mercados de consultoria e
o empreendedorismo se mostram mais abertos.
Com a
consciência desse cenário, a chave para não enfrentar problemas aos 60 anos é a
preparação. “A grande maioria não se prepara, mas deve pensar lá frente em ter
uma segunda carreira, em posição de consultor, ou de gestão estratégica ou de
gestão interina”, recomenda.
Carlos Felicíssimo Ferreira,
diretor-executivo da 4hunter
“Existe espaço para todos”, diz Carlos Felicíssimo Ferreira. “Há
uma parcela do mercado que diz não aos profissionais mais velhos. Mas quando
questionados a respeito da razão, não sabem responder”, diz o diretor da
4hunter. Ele lembra que deixar de contratar um profissional mais velho,
perpetuando esta prática é arriscado. “Ao não contratar os mais velhos, essas
pessoas estão matando a empregabilidade delas lá na frente também”.
Do lado dos
profissionais, ele explica que a dificuldade em encontrar emprego a partir de
certa idade se dá, em maior escala, para aqueles que construíram a carreira baseados
numa lógica antiga. “As pessoas entravam em uma empresa pensando em se
aposentar lá, não faziam rede de contatos”, diz.
Jeffrey
Abrahams, presidente da Abrahams Executive Search
“A carreira
tradicional, em geral, acaba. Quando a gente vai apresentar um candidato de
certa idade, as empresas fecham as portas”, diz.
Mas ele ressalta que isso não significa que não haja lugar para quem tem mais
de 60 anos no mercado de trabalho. “Acaba para aquele executivo que quer
contrato CLT. Mas há espaço para prestação de serviços, para trabalhar em
projetos pontuais”, diz.
Executivos
que se mantem atualizados, conectados ao mundo digital, que continuam estudando
têm mais chances de entrar para o grupo das raras exceções que se mantém no
mundo corporativo tradicional. “Tem executivos com mais de 60 anos que
continuam a carreira, tudo tem a ver com a capacidade da pessoa de se manter
atualizada e de agregar valor”, diz
Carlos
Guilherme Nosé, presidente da Asap
“Acaba para quem não se atualiza,
para quem não entende o novo mindset de mercado ou de gestão interna nas
empresas”, diz o presidente da consultoria Asap, Carlos Guilherme Nosé.
Ele cita
o momento da economia, que, apresar de altos e baixos tem crescido uma
média de 2% ao ano, e a falta de profissionais no mercado. “Por isso temos
visto uma aceitação maior para este tipo de profissional, coisa que não existia
há 8 ou 10 anos”, explica.
Ele usa a
palavra “aceitação”, porque há sim ressalvas no mercado para quem tem mais
idade. “Ainda existem empresas que colocam a regra de aposentadoria obrigatória
aos 60 anos. Para estas empresas não apresentamos candidatos perto desta faixa
etária”, conta o presidente te da Asap, que considera que trabalhar com
consultoria é um dos caminhos possíveis.
No
entanto, o cenário continua preocupante para os profissionais que ficaram
‘parados no tempo’. “O esforço maior do executivo tem que ser de atualização
comportamental”, diz.
Concluindo..
Bem, o que os relatos acima têm
em comum e que podemos extrair, são os
seguintes pontos:
1.
Estar conectados ao mundo digital
2.
Continuar estudando e se aperfeiçoando para agregar valor
3.
Atualização comportamental e de gestão
4.
Buscar posição de consultor, gestão estratégica, entre outros
5.
Há espaço para prestação de serviços
6.
As empresas realmente fecham as portas se quer um trabalho CLT
7.
Esses profissionais esperavam se aposentar na empresa, um erro
pois deveriam ter um plano B.
Segundo pesquisa do Sebrae, virar Empreendedor Individual
(EI) se tornou uma opção
para os profissionais com mais de 50 anos interessados
em permanecer no mercado de
trabalho. Desde que entrou em vigor, há dois anos,
o EI já legalizou mais de 160 mil
pessoas com mais de 50 anos. Elas representam
14,6% da categoria.
Comentem! Afinal a nossa intenção é trocar idéias!