“Pega o que?”
“A masstomate, amor..alí ó”
Em um treinamento que ministrei recentemente para operadores
de call center, alguns deles reclamaram que clientes de algumas regiões não entendiam o que eles falavam e que isso os deixavam irritados e desconcertados... Mas em que casos isso pode
acontecer?
Exemplo:
Atendente pergunta para cliente: “tem adicionais no cartão?”
Cliente: “Hã?”
Atendente repete: “Sr. tem algum adicional no cartão?”
O cliente continua não entendendo e o atendente muitas vezes
perde a paciência e acha que o cliente não tem cultura, pois não sabe o que é
um adicional.
O primeiro erro é o atendente perder a paciência, pois eu
considero que uma das condições para o trabalho em SAC,
retenção ou vendas em Call Center e ter muita paciência e gostar de pessoas, e
o segundo erro é não entender que o Brasil é grande não só em território mas
também em variações linguísticas.
Um cliente que mora na região de Sergipe, Amapá, etc., pode
não entender o que é “adicional”, porém se o atendente usar a palavra
“dependentes” ele vai entender o que está sendo dito.
O mundo não se resume ao que estamos acostumados a ver ou
ouvir. O mundo não se resume a região em que moramos.
Se alguém chega em uma padaria de São Paulo e pede 10 cacetinhos pode causar
muita confusão, porém se faz a mesma coisa no Rio Grande do Sul, vai ser
atendido prontamente e levar um saco contendo 10 pãezinhos! Se chego no Rio de
Janeiro e falo que vou estacionar meu carro na guia, não vou ser clara já que
neste Estado se fala meio fio. Assim como farol pode ser sinaleira ou semáforo, peixada pode ser um prato em
algumas regiões como pode ser uma batida de carros em outras!
Se no Amazonas falarem que você é pai d´egua, sinta-se feliz, pois a pessoa está dizendo que você é uma pessoa bacana!
Se no Amazonas falarem que você é pai d´egua, sinta-se feliz, pois a pessoa está dizendo que você é uma pessoa bacana!
Quando o cliente não entender o que é estorno, por exemplo,
por que não falar devolução, ressarcimento? Quando o cliente perguntar: “vai
vir para o mês” ele perguntou se vai ser cobrado ou devolvido na próxima fatura,
no próximo mês.
Acredito que todos que trabalham com atendimento devem fazer
um treinamento sobre diferenças linguísticas. Se fazer entender e usar a mesma
linguagem que os clientes, é essencial, afinal nós devemos nos moldar ao
cliente e não o contrário.
Existem técnicas de PNL para atendimento por telefone que
vão além das variações linguísticas, condicionando os operadores a entrarem em sintonia com o cliente igualando o
volume, rapidez e tonicidade da voz, ou usando os mesmos adjetivos ou expressões.
Imaginem essas
técnicas sendo utilizadas em uma equipe de vendas ou retenção!
Fica a dica!
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