“Devemos tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de sua desigualdade” Aristóteles
Você acha que como gerente ou líder a sua missão é ficar somente ao
lado dos funcionários menos produtivos para controlar e instruir? Você acha que sem o
seu apoio eles vão fracassar não só como indivíduos, mas podem também
comprometer a equipe?
Você deve pensar:
“Por que passar a maior parte do meu tempo com aqueles funcionários produtivos se eles fazem bem o se serviço? Eles não precisam de mim!”
Existem algumas correntes que descrevem a função de um
gerente ou líder como a de instruir e controlar. Se você acha que esta é a sua
função, controlar pessoas, mudá-las, estabelecer padrões, então realmente você
deve passar a maior parte do seu tempo com os funcionários menos produtivos
para manter o controle, mesmo que isso não seja produtivo.
Gerentes de grandes empresas não têm a função de instrutor e
muito menos de controlador mas de catalisador, ou seja, ele transforma talento
em excelente desempenho para no futuro esses talentos assumirem cargos de
liderança e dar continuidade ao sistema de
dinamização de talentos.
Baseado nesta ideia, o gerente deve dividir o
seu tempo com os melhores e com os menos produtivos. Com os melhores, além de
impulsionar estes para a excelência, também consegue descobrir os padrões que
determinam essa excelência. O talento é multiplicador, pois quanto mais atenção
você dá, maior o retorno. Observe que eu usei as palavras “impulsionar” e “atenção” o que é diferente de impor
métodos e controlar.
Se você fica muito
tempo longe dos seus melhores, pode estar destruindo seus talentos. Talvez
seja por esse motivo que grande parte das empresas não consegue retê-los por
muito tempo. Então, quanto menos atenção você coloca nos comportamentos produtivos,
quanto menos estimula, menos produtivo ele se torna.
Os psicólogos afirmam que quando não há o feedback ou
acompanhamento de talentos existe a “extinção”.
O reforço é o feedback positivo, punição é o negativo e ausência de feedback e de acompanhamento é a
extinção, um sentimento comum em grande parte das empresas.
Gerenciando
os pontos fracos
Focar o tempo nos funcionários com melhor desempenho não
quer dizer que os gerentes não vão cuidar dos funcionários menos produtivos,
não, nada disso! É necessário atenção
especial a esse funcionário e “atacar” as causas do baixo desempenho assim que
percebidas, exatamente como uma doença.
As causas mais comuns
do baixo desempenho são:
Mecânicas: Quando a empresa precisa investir em
treinamentos para desenvolver habilidades ou comportamentos, causas decorrentes
da falta de comunicação entre a equipe, falta de planejamento, de metas e
distribuição de trabalhos, entre outros.
A maioria das empresas prefere focar em feedbacks, cobranças de metas e
avaliações desastrosas de desempenho do que investir em cursos para desenvolver as
habilidades de um funcionário.
Pessoais:
Funcionários que estão com problemas pessoais como relacionamentos, filhos ou familiares. Neste caso um feedback, uma
conversa informal ou treinamento motivacional também é uma solução.
Motivacional: Muitos
gerentes não sabem estimular adequadamente a sua equipe, por exemplo, tentam
motivar uma pessoa não competitiva com disputas entre os membros da equipe.
Cada funcionário tem a sua mola
propulsora da motivação e esse baixo desempenho pode estar nas mãos do
gerente, basta acionar a mola certa. Algumas pessoas também precisam de autonomia para aprender com o
próprio fracasso até desenvolver seus métodos, por esse motivo, como disse Aristóteles "..trate desigualmente os desiguais" e acima de tudo não trate os outros como você gostaria de ser tratado, mas como ele gostaria.
Se você pensar naquele funcionário menos produtivo e analisar que ele não se enquadra em nenhuma das causas descritas acima, então o motivo para o
baixo desempenho é a falta de talento para aquela função. Neste caso, ao
contrario do que dizem livros e alguns especialistas, o treinamento não é uma
opção, nem feedbacks e nem investimento em Coaching. É preciso aceitar que as
pessoas não são perfeitas e não são massinhas de modelar que você coloca em um molde e transforma em outra. Focar nos
pontos fracos e tentar transformá-los em fortes, baseados em uma lista de competências definidas para aquele cargo
também não é o mais adequado, ao contrário é destrutivo para a autoestima do
funcionário como ser humano.
Ninguém se torna mais
competente e infalível dentro de uma função em um passe de mágica se não tem aquele
talento. A boa notícia é que todos nós temos talento e cabe ao gerente identificar
qual é o daquele funcionário e realocá-lo na posição correta. Na verdade, isso
deveria ser feito na contratação.
Um case que aconteceu comigo pode ilustrar melhor a ideia
que abordei:
Quando era prestadora de serviços na área de publicidade e
marketing de uma empresa de embalagens, em uma reunião geral com todos os gerentes,
um deles pediu a demissão de uma funcionária alegando baixo desempenho para a
função. Essa funcionária foi realocada do departamento financeiro
para a contabilidade sem sucesso, por esse motivo o gerente alegou que ela deveria ser demitida. O Diretor negou a demissão e alegou que
deveria existir na empresa um departamento onde a funcionária pudesse se
descobrir e desenvolver o seu talento. Essa reunião aconteceu em 2001 e em 2007
essa funcionária se tornou a gerente de RH.
Para resumir:
- Foco nos funcionários produtivos para faze-los cada vez melhores e conhecer os padrões da excelência;
- Descobrir a causa da improdutividade nos funcionários com baixo desempenho e “atacar” no início;
- Cada talento no seu quadrado;
- Pessoas não são massinhas de modelar que você transformar em qualquer coisa..
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os créditos do autor Myrian Mourão.
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