segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Atendimento padrão "ARGH"!

 Assim como temos o atendimento 'Uau", temos também (e com mais frequência) o atendimento '"Argh!"

Ao contraio das indústrias e empresas de serviços que investem em treinamentos constantes, para modificar comportamentos e desenvolver competências, parece que alguns proprietários de comércios, ainda não se conscientizaram o quanto é necessário desenvolver habilidades e atitudes em seus funcionários. Eles também têm suas reclamações que vão desde a falta de comprometimento dos funcionários com o trabalho, falta de afinidade com o comércio e grande rotatividade.

Problemas de atendimento no pequeno varejo podem ser fatal para um estabelecimento que atende pequeno número de clientes em um bairro, por exemplo, onde os consumidores são os que lá residem ou trabalham. Uma experiência negativa se espalha e contamina outros potenciais clientes.



Vou dar exemplos reais de erros no atendimento:

Empurrando o produto mais caro.
Hermínio Neto postou no Facebook que ao entrar em uma loja para comprar a uma mochila, a vendedora queria vender a mais cara e a abordagem tornou-se tão insistente que ele perguntou se ela iria pagar o valor, pois se tratava de três vezes mais do que a mochila que ele realmente queria comprar. Esta é uma atitude bastante comum no varejo e um dos motivos dos clientes evitarem certas lojas.

Oura situação desagradável é quando o vendedor tenta a todo custo empurrar mais produtos de uma forma insistente. Existe uma técnica para isso que é mostrar o que o cliente quer junto com outros produtos. De um modo aparentemente displicente, se o cliente quer uma calça, pode-se ir combinando, em cima do balcão, algumas opções de camisas e cintos.

Atendente conversando durante o trabalho
Entrei recentemente na principal padaria da minha cidade para tomar um suco de laranja. 
Três atendentes de balcão estavam conversando animadamente com uma quarta pessoa.  Um deles, ao perceber minha presença, falou para outro: “fulano, balcão!”. Demorou em média mais três minutos para eu ser atendida. Primeiro ele finalizou a conversa, para depois me atender. Quando finalmente fui atendida, apesar de  extremamente simpático, a experiência mais marcante foi a demora e o descaso e não a simpatia.

Falta de gentileza
Imagine que você está no balcão de uma lanchonete e pede um salgado (empada, por exemplo) e um refrigerante em lata. O atendente pega a coxinha e dá na sua mão (não coloca em um prato), pega a lata de refrigerante e coloca em cima do balcão, na sua frente, lhe dá as costas para atender outra pessoa. Perceberam o erro? Como uma pessoa pode abrir a lata de refrigerante se está segurando um salgado em uma das mãos? Talvez se for de circo consiga. Esta falta de gentileza, de educação e de percepção acontece com muita frequência. A experiência foi relatada por Joana da Silva, que trabalha em meu escritório.

      Oferecendo o desnecessário  
Por favor, você tem máscara para mergulho?
A vendedora: "Acho que acabou. Fulana, você sabe dizer se ainda tem máscara para mergulho?"

A vendedora 2 (Fulana) sai de traz da área do pacote e vai se encaminhando para o fundo da loja. Eu começo a acompanhá-la quando ela se vira para mim com um sorriso e diz: "Eu tenho umas outras coisas para te mostrar."
Eu: "Mas você tem a máscara para mergulho?"
Atendente 2: "Não."
Eu: "Bem, se eu quero uma máscara para mergulho, o que você pretendia me mostrar então? Óculos de natação?"
Vendedora 2: "Ah, bem, bóias para piscina..."

Relato de Kátia Fernandez, no Facebook

Falta de flexibilidade
Valquíria Dias, Especialista em atendimento, contou em um dos meus cursos, que sua filha teve uma hemorragia menstrual repentina em uma grande rede de moda masculina e feminina, quando estavam fazendo compras e precisou usar o banheiro. A vendedora se desculpou e disse que o banheiro era somente para funcionários. Valquíria  tentou argumentar que era uma emergência e que a filha não poderia sair na rua daquela maneira, mas mesmo assim ela foi inflexível. Nem mesmo a gerente permitiu.

Qual é a solução para as posturas (ou falta de) dos relatos acima?
Em primeiro lugar identificar a cultura organizacional do seu comércio, seus valores e ajustar o funcionário a ela através de T&D e feedback.Em alguns casos, desenvolver nos funcionários o Empowerment, para que eles tenham habilidades de tomar decisões, resolver problemas, ter iniciativas inteligentes visando o bem de clientes e da empresa.

De acordo com dados coletados no INDEV (Instituto de Desenvolvimento Profissional do Varejo) as causas mais frequentes da rotatividade são: relação empregado X empregador, processo de seleção inadequado, falta de treinamento e desenvolvimento, reconhecimento, entre outros.

Comente! Afinal a intenção é trocar ideias e experiências!

No próximo artigo vou falar de experiências com atendimento 'Uau!". Quer colaborar? mande sua experiência para faleagora@mhaya.com.br.


4 comentários:

  1. Isso tudo só reitera o que todos nos já sabemos: a falta de mão de obra qualificada e de uma política centrada no cliente.Por mais que tenhamos escutado,discutido,lido e etc...são poucas as organizações que tem uma visão focada nos clientes.O exemplo tem de vir de cima,dos gestores, e assim,se desencadear por toda a organização.
    Falta treinamento,falta planejamento e falta interesse;isso porque,para uma boa parte dos gestores,dos nossos empreendedores,Gestão de clientes e custo,despesa e não investimento.Somos míopes em muitos aspectos e por conta do imediatismo e de aspectos culturais,estamos mais preocupados com os resultados do agora,do já
    Isso tudo se reflete nos absurdos que observamos nos comentários do artigo;vale ressaltar que há bons exemplos de atendimento e de empresas que estão centradas nos clientes,por isso,colhem os bons frutos dessa parceria.

    Sam Lins Lessa
    Gestão Comercial

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  2. Sam, obrigada pela participação! Realmente, apesar de tantos artigos, relatos e matérias sobre o problema, poucos e tem feito até o momento. O treinamento de profissionais também é visto como despesa e não como investimento no negócios.

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  3. Costumo dizer que sou um bobo porque se sou bem atendido compro mais do que pensei em comprar. Mas acredito que a maioria de nós é assim. Pena que muitos empresários parecem não saber disso... Como contribuição vou citar um exemplo:
    Cheguei essa semana duma viagem de 800 km, então pensei que nada mais justo do que comer uma "bananinha da terra" frita na manteiga, complementada com uma carne do sol frita; comprei a banana na mão do vendedor ambulante na estrada; parei num mercadinho do bairro para comprar a desejada 'carne'. Aí começou minha frustração - após esperar alguns minutos em frente ao balcão, decidi perguntar: "alguém ai atende no açougue?" - o camarada se levanta detrás do balcão: "pois não"; fiz meu pedido com a recomendação: "esse filé deve ser molinho, hein?! é de hoje?" "claro, eu que faço aqui"... ao chegar em casa enquanto tomo banho minha esposa reclama: "você trouxe carne podre" "não, olhe direito é novinha" (kkkkk). Retorno ao mercadinho e tomando todo cuidado para não denegri a imagem do estabelecimento entro direto ao açougue e entrego o 'bagulho' ao atendente que tenta me convencer que a carne que cheirava mal e visgava estava boa para consumo, então precisei dizer: "amigo, venda para outro cliente e me devolva meu dinheiro!" - ele vai ao caixa com o pacote da carne podre e retorna: "daqui a pouco 'ela' (a moça do caixa) vai atender p senhor. Pasmem como sou paciente - fiquei calado esperando 'ela' passar as compras dum cidadão; depois se preparou para passar as compras de outro cliente... aí vocês já sabem - o limite da paciência esgotou: "garota, quando você vai me atender?!" "tenha paciência, senhor, já vou lhe atender" "olha, até aqui fiquei calado para preservar a imagem de sua empresa, mas você me obriga falar que estou aqui esperando você me reembolsar o valor duma carne podre que seu açougueiro me vendeu?!" - 'ela' disse: "a empresa não é minha". Perceberam a mentalidade que permeia muitas cabeças de profissionais que estão no mercado de trabalho? Investe-se muito em escolaridade em nossos dias, mas pouco se investe em educação, o que envolve presar pelo bem alheio e trabalhar como se fosse para você mesmo.

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  4. José Sebastião, obrigada pelo seu comentário! Exatamente por esse relato que eu continuo afirmando que as empresas precisam desenvolver o Empowerment em seus colaboradores para que eles tenham consciência de que representam a empresa, que eles são a empresa e aquele que não tiver esse tipo de comprometimento, saber resolver problemas e encontrar a melhor solução para o cliente, deve ser desligado.
    Para isso a empresa também deve rever seus valores.
    Ontem mesmo, tive a oportunidade de conhecer uma garota que trabalha em uma loja de perfumes importados, recém inaugurada no Shopping de minha cidade, que descreveu atitudes de colegas relacionado ao preconceito que são de assustar! É inaceitável que atendentes de loja ainda julguem o cliente pela aparência, quando este é o mais grave erro em vendas no varejo!

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